Hoje, gostaria de abordar o tema Elegância.
Não me refiro à elegância no seu sentido mais restrito e ao qual,
infelizmente, a maioria das pessoas associa o termo. Refiro-me, sim, à Elegância
no seu sentido mais lato e mais interessante e que está a cair em desuso.
Usualmente, quando se fala em
elegância, associa-se roupas, perfumes, acessórios de marca, carros, casas e
prestígio social. Mas estes não substituem o tipo de Elegância a que me refiro
(reparem que para diferenciar entre uma e outra, escrevo com e-minúsculo ou
E-maiúsculo!).
Elegância é muito mais do que ter o peso certo, o cabelo impecavelmente tratado
pelo cabeleireiro, os acessórios ou a roupa certa; a Elegância deve começar
pelo comportamento.
A Elegância vai para além do saber que talher ou copo usar; é muito mais do
que saber o que vestir em cada ocasião. Esta Elegância está em vias de
extinção; é rara nos dias que correm. E porque rara é preciosa e, por isso,
deverá ser preservada e cuidada com esmero; que possamos criar as condições
para ela se reproduzir e proliferar e, assim, sair da sua condição de “vias de
extinção”!
Ainda pode ser detectada em algumas pessoas; pessoas que sorriem quando
falam; pessoas que falam num tom de voz agradável; pessoas que sabem calar e
ouvir e só falam na altura certa; pessoas que elogiam muito mais do que
criticam; pessoas que ensinam sem falsas pretensões e sem adoptar um ar
superior. São, portanto, pessoas generosas. Levantam-se para ceder o lugar a
quem precisa. Abrem a porta com um sorriso. Oferecem presentes fora de data
(por mais insignificante que possa parecer), só porque sim. São pessoas com
sede de conhecimento; querem aprender sempre mais, compreender melhor. São
pessoas que não se afastam do seu estilo só para “seguirem a correnteza” e
serem como os outros.
São Elegantes, porque entendem perfeitamente o quão importante é um
carinho, um gesto, uma palavra, um conversar “olhos-nos-olhos”, de ser-se
solidário, de dar a mão…
Não há livro, nem blog que ensine a ter uma visão generosa do mundo… Pode-se
aprender este tipo de Elegância, se estivermos atentos e observarmos com
atenção, mas fundamentalmente terá que ser o próprio a cultivá-la, a acarinhá-la
e a alimentá-la. Dá trabalho, mas é esta Elegância que é o ícone
máximo da ELEGÂNCIA. Afinal, mais importante do que ser detentor da coroa é
possuir a majestade!
A Cortesia - Adolphe-William Bouguereau (1825 - 1905)
Comentários
Enviar um comentário